- Alexandre, qual seu maior sonho?
- Ter uma arma.
Quando só resta este desejo para uma criança de 13 anos, é porque seu coração desaprendeu a sonhar.
Xande é rebelde. Provoca os outros, briga, chuta, grita, quer impor sua valentia. Mas não consegue esconder a frustração por não ter ainda aprendido a ler. E, quando se permite um momento de quietude, copia as letras, as palavras, mesmo que não consiga decifrar-lhes o significado.
Xande faz-se de grande. Não quer ouvir histórias, essas coisas de criança. Mas quando as histórias são ditas, chega sorrateiro, de banda, fingindo distração.
Xande assina com nome de gangue, e desenha armas - de diferentes estilos. Mas quando as brincadeiras começam, vai sorrindo aos poucos, e entra na roda para voltar a ser o que é: um menino de 13 anos.
Quando a gente vê Alexandre assim - brincando, copiando letras ou prestando atenção nas histórias, tem certeza de que não foi o seu coração que desaprendeu a sonhar. Foram os seus olhos que desaprenderam a reconhecer os sonhos. Então, ainda há esperança. Apesar das armas, da violência, do tráfico, das drogas.
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- Ter uma arma.
Quando só resta este desejo para uma criança de 13 anos, é porque seu coração desaprendeu a sonhar.
Xande é rebelde. Provoca os outros, briga, chuta, grita, quer impor sua valentia. Mas não consegue esconder a frustração por não ter ainda aprendido a ler. E, quando se permite um momento de quietude, copia as letras, as palavras, mesmo que não consiga decifrar-lhes o significado.
Xande faz-se de grande. Não quer ouvir histórias, essas coisas de criança. Mas quando as histórias são ditas, chega sorrateiro, de banda, fingindo distração.
Xande assina com nome de gangue, e desenha armas - de diferentes estilos. Mas quando as brincadeiras começam, vai sorrindo aos poucos, e entra na roda para voltar a ser o que é: um menino de 13 anos.
Quando a gente vê Alexandre assim - brincando, copiando letras ou prestando atenção nas histórias, tem certeza de que não foi o seu coração que desaprendeu a sonhar. Foram os seus olhos que desaprenderam a reconhecer os sonhos. Então, ainda há esperança. Apesar das armas, da violência, do tráfico, das drogas.