Fazem, exatamente, dois meses e um dia que não escrevo nada. (Com exceção das matérias para efeito de trabalho) Por que, então, já não sinto as palavras pulsarem como dantes? O que morreu dentro de mim? Creio que palavra é um bicho que independe de nós. Elas têm vida. E se bolem sozinhas dentro da gente. Quando encontram espaço, fogem e se revelam. Mas, afinal, fui eu quem fechou as portas? Como? Pergunto meio que sabendo as respostas. A vida nos destina prioridades. E meu tempo de agora não é o de criar palavras, mas de criar meus filhos, sementes de mim. Há tantas formas de nos fazermos eternos, e quero que meus filhos, que semearão minha história, sejam minha melhor criação. Quero, também, poder ajudar os filhos, cujos pais não conseguem ajudar sequer a si mesmos... esta é minha segunda prioridade. O resto é trabalho. Ou lazer.