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Mostrando postagens de 2020

Coração esmagado

Por trás da farda, há um menino assustado. Coração esmagado pelo quartel. Em tempos de ódio, de revolta, de medo, meninos fardados não olham para o céu.

Minha alma pede socorro!

 Estes tempos sombrios e seus procuradores,  senhores das desesperanças, têm o estranho poder de mutilar almas descontentes Eles cavam abismos para os sonhadores e adormecem as crianças  enquanto afiam os próprios dentes Toda revolta se desfaz em um vazio.  E o vazio enche seu pote com pedrinhas mundanas acordar comer trabalhar dormir e alguma vaga alegria  pra amaciar as bofetadas cotidianas. Os ponteiros nos arrancam da sensação de morte pela obrigação da caminhada Enquanto isso, nos roubam as penas das asas e traçam círculos em toda estrada Quando tentamos voar, já não mais nada... Há chumbo onde outrora havia sonhos e um hiato onde cintilava a vida e cada passo conduz apenas ao mesmo ponto de partida  A arte é o grito da alma que não se deixa mutilar... Por isso os abutres a perseguem: ela é o eterno limiar é a porta de passagem convite para voar Tentei, dia desses, abrir as asas. E senti um peso. Silêncio no palco Plateia vazia Cortina fechada Mas estou catando os cacos e se ainda

A VIDA, ESTA INJUSTA COMPETIÇÃO...

- Merda! Marina tenta, em vão, assistir a aula remota pelo seu celular. Sentada na calçada de Dona Edith, a dona do Mercadinho da Rua Larga, ela capta as sobras do sinal de Wi-fi. Até dá para conversar pelo WhatsApp ou até mesmo olhar outras redes sociais, mas é impossível acompanhar a aula desse jeito. Em tempos normais, certamente Dona Edith a deixaria entrar. Mas, não com essa doença espalhando morte por aí...