Meninas, cuidado!

Meninas, cuidado!
Um fio tênue liga o "charmoso" ciúme ao cruel sentimento de posse, que maltrata e mata.


Então, fiquem atentas.
Pensem bem antes de achar lindo quando ele lhe pede pra não sair com aquele velho amigo.
Ou quando ele define o comprimento da tua saia.
Ou a quantidade de tuas risadas e a maneira como você dança.
Meninas, cuidado!
Reflitam antes de achar engraçado quando aquele garoto, o mais lindo da escola, comenta sobre o número de mulheres que ele "pegou" no carnaval.
Aquilo que parece bobagem carrega consigo as sementes deste tronco que esmaga tantas mulheres: esta cultura, enraizada como árvore, que pensa mulheres como mercadorias nas prateleiras - que o homem pode "pegar", "usar" e "descartar"
Aquele ciúme que você achava lindo, e que lhe fazia controlar com gosto o tamanho de seus biquinis, há de crescer se você lhe der água e nutrientes.
E um dia, não é só o tamanho de seus biquinis que ele há de querer controlar, mas a sua mente, pensamentos, desejos, necessidades... estas coisas que lhe fazem ser quem você é.
Sem elas, você há de ser apêndice de teu homem, transformando-se na mercadoria que, lá no fundo, ele sempre desejou de uma mulher.
Meninas, cuidado!
Há homens que nem esperam que você converta a si própria em mercadoria: eles lhe descartam assim que percebem que você tem desejos e sonhos que ele não pode controlar.
Há mulheres que são mortas.
Há mulheres que morrem em vida.
E há os homens que, um dia, eram apenas meninos ciumentos.
Mas o machismo entranhado cresceu, ramificou... e os galhos e raízes espalharam-se em sua alma e em seus pensamentos.
Então ele deixou de enxergar a mulher que, um dia, lhe fez sentir paixão.
Ela converteu-se em um objeto.
Um objeto de valor, é verdade: um automóvel do ano, um imóvel, uma conta de banco.
Um objeto cuja posse tem que ser defendida a ferro e fogo.
Por isso meninas, cuidado.
Quando você poda suas asas, pelo que acredita ser amor, você alimenta em seu amado o que ele tem de pior.



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