Ascensões e quedas da esperança...

Há outras ordens por aí, acredite!
Outros espaços, outros tempos, outros mundos.
Há um menino que joga pião e sorri.
E seu sorriso ilumina a esperança.


Mas há Os tanques nas ruas, acredite!
as milícias, os homens de capuz...
há fantasmas que clamam por Justiça
e o silêncio sobre a morte
assassina a esperança.

Mas há os gritos das mulheres,
há o grito,
da mãe que foi privada de seu filho
e o sangue genocida semeou as almas
e este grito alimenta a esperança.
Mas há os programas de Tv e as novelas
a impor a mesma ordem,
o mesmo mundo
os mesmo seres autômatos cordiais
em uma repetição que fuzila a esperança.

Mas há as vozes dissonantes, acredite!
dos Mcs, dos rappers, da outra mídia.
e se derrubam um corpo, dez ou cem...
cada morte liberta vozes estranguladas
e os sussurros que não saem na TV
estes sussurros vão nutrir nossa esperança

Poema feito durante o 18º Curso do Núcleo Piratininga de Comunicação. Meu carinho e homenagem a Vito Giannotti e Cláudia Santiago; a todos os palestrantes; a Débora Silva do grupo Mães de Maio; aos meninos de Santa Marta... A foto eu peguei emprestada do Repper Fiell: uma vista do Morro de Santa Marta à noite...

Comentários

Que blza de poema, Fabi! Emocionei-me, e foi republicar no A Tal Mineira, visse...!
Bjm.
Magna Santos disse…
E há tu, Fabi e todos nós que ainda acreditamos na esperança.
Cada palavra saída, escapada da garganta, dedilhada no teclado ou rabiscada no papel é semente multiplicada, é broto a surgir.
Ah, esperança, me lembra Quintana, me lembra Drummond que queria ser apenas uma rima. Ah, Esperança...outro dia ela me ofereceu água e hoje mato a sede lendo e me emocionando(pra variar) com teu poema, Fabi.
Beijão.
Magna
Obs.:fizeste falta outro dia no encontro dos cirandeiros. O grupo das lesas estava incompleto.
Luna Freire disse…
Pois é Magna. Dpois Cajá falou que vcs iam se encontrar. Mas eu estava justamente neste curso que tantas coisas boas me proporcionou.

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