Paisagens de Natal

Dois corpos na esquina
crivados de balas
na véspera de Natal


Uma menina de 12 anos
a alma feita de crack
na porta da Estação

Papai Noel não anda de metrô

Ruas cheias de crianças
à espera da solidariedade de moedas:
encomendas de Natal

Lojas cheias,
banqueiros felizes,
luzes,
enfeites,
peru,
pisca-pisca
e um menino que cheira cola na noite de Natal.

Amigos secretos,
em bares repletos
sorrisos fabricados para o Natal.

Eu abdico dos dezembros...
E meu poema é mórbido
como o mundo.

Comentários

Canto da Boca disse…
Abdico junto, Fabi!

Resumiste ao que se transformou o natal, por essas e outras eu não troco presente nessa data, nem dou também!

... E o poema doeu! E eu não sei que o dizer, como sempre!

E deixo beijos!

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