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Mostrando postagens de 2013

Reveillon

Todo ano igual: ela sonhava que passava direto do dia 30 de dezembro para primeiro de janeiro. Nada de reveillon. , Nada de champagne, vinho, roupa branca, praia, família, família, família...

De homens e de bichos

Eu nada sei dos ratos dos esgotos dos buracos dos farrapos imundos que envolvem o mundo.

Da solidão

Ela caminha só: pés descalços que se enterram na areia. Seu olhar absorve cada pequeno ser em seu silêncio. O rodopio das nuvens a se esfumarem na imensidão azul.

Promessa

Prometi a mim mesma que hei de escrever ao menos uma vez por semana... É que sei que as palavras precisam ser alimentadas. São pássaros, asas abertas para o infinito.

Recado aos governantes

Esta carta vai endereçada aos governantes que acham que, para administrar bem, basta abrir avenidas, construir grandes equipamentos públicos e aquecer a economia.

De meninas e lobos

Esta é a história de uma menina e seus lobos. Não. Ela não usava um chapeuzinho vermelho. No máximo, um boné para conter os cabelos rebeldes.

Esta culpa...

Imagem
O silêncio de igrejas vazias, com seu Cristo crucificado, o murmúrio de rezas das velhas tias e o pecado pecado pecado...

Poeminha para o meu namorado

Eu não preciso de flores.Nem presentes. Perfumes. Jóias raras. Vinhos ou bombons. Preciso das tuas mãos macias. Teu cheiro, teu calor e tuas segundas intenções

Dança da vida

Percebeu, um dia, que já não escutava bem. Havia, com ela, uma surdez estranha que precisava curar.

Uma historinha pra quem defende a redução da maioridade penal

Seu nome era Lucas, 15 anos. Cresceu em meio aos ratos, em uma casa em que se aglomeravam irmãos. Dormiam no chão duro, amontoados.

Emprestem-me um pouco de azul...

As vezes um cinzento na garganta uma inércia na alma um oco no mais fundo de mim... Procuro em vão as razões do abismo Não há razões.

Uma fileira em descompasso no Homem da Meia Noite

O garoto no Homem da Meia Noite: negro como aquela que empresta seu manto de estrelas para passar o bloco das multidões. O garoto no Homem da Meia Noite: os cabelos pintados de sol, abrindo clarões em sua escuridão e o sorriso a iluminar-lhe o rosto - um toque de inocência na rebeldia adolescente.

Lampião do asfalto

Este poema foi inspirado em uma figura lendária: Lampião. Não o Lampião cangaceiro, anti-herói do sertão. Falo de um Lampião moderno, não menos valente. Falo daquele cangaceiro que passeia pelas ruas, bares e mercados do Recife, vendendo cordéis, cantando e brincando.