Tempos do tempo

Esqueço as vezes que o tempo correu.
Sou besta como criança
e ando na corda bamba, como adolescente...


A vida faz questão de me lembrar de esquecer...
que o tempo correu.
Coloca em meu caminho pedaços renovados de mim.

Vejo espelhos à minha volta que subvertem o tempo
e me oferecem jovens nos quais me reconheço,
alguns anos atrás.
E com eles converso como se tempo não houvera entre nós.

Tenho pessoas à minha volta que subvertem o tempo
e guardam juventude e infância no coração de quase meio século.
E rio com as brincadeiras de meu compadre.
E me enfureço com a instabilidade adolescente de meu amado.
E vejo que, para eles, o ponteiro do relógio deixou de rodar

Por isso,
faço questão de esquecer que o tempo corre.
Por que há,
em cada tempo,
todos os tempos.

E eu sou assim, criança-jovem-e-velha
neste dia em que completo mais um ano de passagem:
16 de outubro

Comentários

Carlos Maia disse…
Parabéns, Luna!

Muita Paz, Amor, Harmonia, Alegria e Prosperidade!

Tudo de bom pra vc!

GRANDE ABRAÇO!
Magna Santos disse…
Parabéns, Fabiana! Somos todos tudo isso sim: velhos-crianças-jovens. Somos muitos.
E para você que está sendo tudo isso em forma de ponte, ligando: trabalho à esperança, injustiça à cidadania, reflexão à criatividade...MUITO TEMPO COM TEMPO PARA AS COISAS VALIOSAS DA VIDA, aquelas que tu já sabes e as que ainda vais descobrir.
Beijos!
Magna
Cleyton Cabral disse…
Parabéns, amiga! Muita luz e alma de criança pra você!
naire valadares disse…
Obrigada pela passada no Turbante. Gostei de tudo que vi e li por aqui, parabéns! Silvinha é poeta, é doce, é linda... é tudo isso e muito mais... só não é tricolor, pois ninguém é perfeito.
Beijo
Naire
Silvia Góes disse…
obrigada pelas palavras doces e pelo carinho.
e parabéns pelo dia, pela criança sempre, pela eternidade desse renascimento lindo e pelas letras que entregas livremente ao mundo.
Puxa! Ainda bem que voltei a tempo de te desejar feliz passagem de ano e renovação do tempo. Mesmo que atrasado...
O tempo... Tem uma frase de Goethe que diz: "Infeliz daquele que vive a repetir ao tempo: por que não páras?". Pois, sabemos que não há retorno, só chegada. Não existe volta, só começo; não há reencontro, apenas encontro. O eterno movimento, ou a morte. E, desse ponto de vista - o mais importante e fundamental -, estás bem longe, mas bem longe mesmo da morte.
Dimas Lins disse…
Fabiana,

Passei batei, mas antes tarde do que nunca! Finja que o tempo, um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho, não passou.

Postagens mais visitadas deste blog

Mais que chocolates...

Gritos de Gaza