Conto de fadas às avessas
A princesa espera em uma caixinha de vidro.
Está morta. Não. Adormecida.
Um sono sem sonhos,
embalado pela esperança de um príncipe que não vem.
Sete anões velam seu corpo, dia e noite.
O tempo não corre,
a princesa não respira,
não há morte, não há vida,
apenas uma ponte de nuvens que liga os dois.
E por essa ponte vem o cavaleiro,
espada em punho, belo como o mar azul.
A cada galope, deixa pra trás um rastro de nuvens
desfeitas na escuridão.
Do lado de cá,
o tempo não corre,
a princesa não respira
e os sete anões são estátuas de jardim.
E pela ponte de nuvens vem o cavaleiro,
a escuridão às costas
e um fiapo que resta para chegar ao lado de cá.
É quando ele olha a princesa que não respira,
e vê que o tempo não corre,
e que não há morte nem vida para além das nuvens.
É quando ele se arrepende e tenta voltar.
O cavalo breca e ele se depara com a escuridão.
O dilema:
lançar-se no apavorante infinito que tudo engole
ou abraçar a princesa morta e aceitar o tempo que parou.
O príncipe lança-se no abismo.
E a princesa espera numa caixinha de vidro...
Está morta. Não. Adormecida.
Um sono sem sonhos,
embalado pela esperança de um príncipe que não vem.
Sete anões velam seu corpo, dia e noite.
O tempo não corre,
a princesa não respira,
não há morte, não há vida,
apenas uma ponte de nuvens que liga os dois.
E por essa ponte vem o cavaleiro,
espada em punho, belo como o mar azul.
A cada galope, deixa pra trás um rastro de nuvens
desfeitas na escuridão.
Do lado de cá,
o tempo não corre,
a princesa não respira
e os sete anões são estátuas de jardim.
E pela ponte de nuvens vem o cavaleiro,
a escuridão às costas
e um fiapo que resta para chegar ao lado de cá.
É quando ele olha a princesa que não respira,
e vê que o tempo não corre,
e que não há morte nem vida para além das nuvens.
É quando ele se arrepende e tenta voltar.
O cavalo breca e ele se depara com a escuridão.
O dilema:
lançar-se no apavorante infinito que tudo engole
ou abraçar a princesa morta e aceitar o tempo que parou.
O príncipe lança-se no abismo.
E a princesa espera numa caixinha de vidro...
Comentários
o tempo não corre,
a princesa não respira
e os sete anões são estátuas de jardim".
Deus do céu, Luna! Que coisa linda! E que angustiante! Meu coração, confesso, ficou apertado. Ah, príncipe, por que o abismo? Ah, princesa, por que dormir?
E pensar que muitas princesas ainda dormem e muitos príncipes preferem a profundidade do abismo.Lá o espera a bruxa,com certeza.
Beijos, minha caríssima e cativante companheira de palavras. Para mim é uma honra a troca, uma surpresa recheada de emoção. A sensação é que te conheço e não sei de onde. Vai ver que são as pontes que fazem isso com a gente, vai ver que são as sementes que não custam nascer.
Que Deus te abençoe e guie sempre tuas belas letras. Que sejam sempre pontes.
Magna
e eu gostei disso aqui... adoro príncipes suicidas. volto pa ler mais.
beijo
Não sei se é porque estou lendo o cara, mas veio à mente Kafka. Esse dilema que brota do nada, essa escolha que não é escolha... parece Kafka.