Revoada

Houve um tempo em que as palavras escapavam de mim como pássaros.
Nem o papel os prendia.


Em vão, eu tentava decorar idéias, que sempre me surgiam nos lugares mais inoportunos: ônibus lotado, meio da rua, entre cervejas no bar...
Em vão, tentava prendê-las com caneta, em guardanapos ou versos de documentos.

Houve um tempo em que as palavras escapavam de mim como lágrimas.
E, nossa!!!... como eu chorava!
Tinha dentro de mim tempestades.

Nunca domei os mares nem expulsei meus passarinhos.
Mas um dia eles deixaram de voar.
Creio que a vida machucou suas asas e derrubou alguns anjos de mim.
Deixei-os sangrar alguns anos, para que suas cicatrizes deixassem marcas na minha alma.
Então, comecei a repor pena por pena para, só então, reaprender a voar.
Vez em quando, consigo alguns vôos. E estou fazendo força para ir mais alto.

Comentários

Cleyton Cabral disse…
Tudo a ver com meu processo com Vito...
moça...

dá uma olhada lá outra vez na postagem...

mais detalhes da performance.



;)



beijo
Kyara disse…
as vezes as palavras jogam conosco. elas estão lá dentro, esperando os momentos pra serem ditas, escritas, cantadas, soltas... como pássaros, como lágrimas.
lindas suas palavras.
Magna Santos disse…
Que bom que você reaprendeu, Fabiana. Sorte nossa.
Acredito que estamos sempre assim nesse incessante e longo ir e vir de tempestades, de silêncios, de vôos baixos ou altos.
Também escrevi sobre as palavras, mas com a sensação que estou sempre em débito com elas. A propósito, uma curiosidade: o que publiquei recentemente('as palavras') nasceu depois de um comentário seu(não sei mais quanto tempo atrás) sobre as "minhas" palavras.
Abraço.
Magna
claro claro... además el hombre de la luna podría hablar en castellano, que te parece?

;)

olhe moça, luna... é uma questão interessante essa que você coloca do idioma. É porque na verdade havia outras coisas mais abaixo do lunatismo que meu corpo queria expressar em lunatic. Você não está aqui, em recife, ok? bem... é uma conversa longa... pra gente ter pessoalmente, um dia.

a la noche, con las lunas.

beijo
Pois tua pena é muito rica para ficar-se engaiolada, ou para sercar-se em desertos.
Acho, na verdade, que tua pena já recompôs "pena por pena" o pássaro escrivinhador que não pára de beber de boa fonte...

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