Da solidão

Ela caminha só: pés descalços que se enterram na areia.
Seu olhar absorve cada pequeno ser em seu silêncio.
O rodopio das nuvens a se esfumarem na imensidão azul.



A carreira de um pequeno caranguejo em direção às águas.
O barulho do vento e as ondas que quebram e desatam em espuma.
Não está só.
Cada sombra que lhe penetra os olhos torna-se parte integrante de si.

A moça rodeada de amigos.
Ela sorri, eles sorriem.
Brindam a vida em mil palavras. Mas poucas palavras lhe alcançam o coração.
Ela brinca entre sombras, mas seus olhos vagueiam e, de tudo o que se troca, muito pouco se compartilha.
São tantos os abraços, que ela já não sabe qual deles há de guardar consigo...
E, nas palavras que não disse,
no abraço que não reteve,
nos olhares que não guardou,
cresce o indomável monstro da solidão.

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