Pedaços de mim
É hora de confessar:
não me chamo Luna,
nem ao menos Freire.
Ela é, entretanto, uma de minhas múltiplas faces,
como a Bifa do teatro
ou a Fabiana jornalista.
Tenho, da luna lua, as fases.
Tenho, de Freire, o homem que amo.
Tenho, de ambos, as letras
e aquilo que revelam as palavras-pontes.
Nada mais.
Luna Freire não tem um rosto,
uma voz,
um corpo,
nada que lhe dê existência para além das palavras.
Luna Freire é o hiato,
o vazio que me habita.
A do teatro, Bifa,
aquela que se revela na peça "Tempo que não é",
é meu reverso,
fragmento de mim.
E assim me mostro inteira: aos pedaços.
Muito prazer, minha cara Magna,
descobriste de mim algo além das letras.
A gente sempre se revela,
mesmo quando se esconde.
Comentários
Muito prazer, Fabiana. Muito prazer também por Luna, esse hiato que não é continente apenas seu, mas de cada um de nós. Temos todos nossos hiatos. Eles, muitas vezes, são o que nos conduzem a tantas outras viagens para dentro de nós. Somos muitos e únicos.
Obrigada pela atenção.
Beijo.
Magna